A internacionalização do Ensino Superior Português é essencial dada a elevada interdependência, e o ambiente multicultural e multilinguístico em que vivemos.
Para a OCDE são 5 as razões para a internacionalização:
- incentivo à melhor preparação dos estudantes;
- afirmação do perfil internacional da instituição;
- internacionalização dos currículos das formações;
- reforço da investigação e da produção de conhecimento;
- incorporação de diversidade nos corpos docente e administrativo.
Quais os pontos positivos?
- promoção da língua portuguesa;
- um corpo docente internacional ajuda a um maior reconhecimento da instituição, pois atesta a sua qualidade;
- a internacionalização das instituições facilita a integração de estudantes, investigadores, docentes e pessoal não docente internacionais;
- o reconhecimento da qualidade do ensino superior português torna-o num produto/indústria exportável, que pode trazer resultados significativos ao país no âmbito económico;
- reforço da “formação dos jovens, estimulando a aquisição de competências de aprendizagem, científicas e tecnológicas, de proficiências linguísticas, de capacidades multiculturais e de aptidões internacionais”.
Posição Portuguesa
Portugal está integrado em grandes espaços como a União Europeia, a CPLP, e outras partes do mundo onde mantém fortes relações históricas e culturais.
A UE permite o acesso a instituições e apoios europeus, a mercados e à rede do ensino superior e de investigação científica da organização. No caso da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), verifica-se a valorização da língua portuguesa como instrumento da comunicação e da cultura, do conhecimento e da ciência.
Outras regiões, com as quais Portugal tem relações abertas e cordiais, têm uma elevada percentagem de jovens, aos quais a sua oferta educativa não consegue dar resposta, e que podem ver no nosso país uma alternativa. São os casos da América Latina, Índia, Malásia, China, e o Médio Oriente, entre outras.
Portugal lá fora
A internacionalização do ensino superior português pode passar por:
- Programas de mobilidade, como o Erasmus;
- Instalação de campus de instituições portuguesas noutros países;
- Ensino à distância: tem evoluído lentamente, mas há um grande destaque para a Universidade Aberta;
- Massive Open Online Courses, MOOC: uma oportunidade para o desenvolvimento de parcerias estratégicas entre as instituições, que conta com o apoio da Comissão Europeia.
Fator atração: inglês
A esta internacionalização do ensino superior associa-se, de forma automática e premente, a fluência na língua inglesa, uma vez que esta se classifica como a língua universal. A adoção do inglês facilita a adaptação dos estudantes estrangeiros, transformando-se num fator de atração.
De acordo com a OCDE, Portugal apresenta alguns cursos ministrados total ou parcialmente em inglês, assim como a Polónia, a França e a Alemanha. No entanto, em comparação com países como a Finlândia ou a Dinamarca que têm uma ampla oferta de cursos em inglês, a oferta portuguesa é limitada.
Estatuto do Estudante Internacional
O Estatuto do Estudante Internacional estabelece um “concurso especial de acesso e ingresso que permite às instituições de ensino superior portuguesas criarem as condições adequadas para atraírem mais estudantes internacionais para a frequência de primeiros ciclos em Portugal”. (Decreto-lei n.º 36/2014)
Não são abrangidos os alunos provenientes da UE, que beneficiam das mesmas condições que os alunos portugueses, e os alunos de países africanos de língua portuguesa, pois existe para estes um concurso especial.
Prestígio e classificação das instituições
A adoção do modelo de internacionalização das instituições tem também como consequência uma melhor qualificação e reconhecimento a nível mundial. Isto torna-se visível nos diversos rankings internacionais:
- Center for World University Rankings (CWUR);
- Times Higher Education World University Rankings (THE Ranking);
- Academic Ranking of World Universities (Ranking de Xangai);
- Webometrics Ranking of World Universities;
- CWTS Leiden Ranking;
- etc.
A credibilização das instituições pelas entidades de direito atende a diferentes indicadores, e quando atendem a um mesmo indicador este pode ter um diferente valor na sua contabilização.
No entanto, são tidos em conta critérios como a qualidade da educação; a reputação académica; a empregabilidade de ex-alunos; a qualidade do corpo docente; a investigação científica; as publicações; as citações; e a proporção de estudantes internacionais.
Universities Portugal
O Universities Portugal é um projeto desenvolvido no âmbito da Comissão Especializada de Internacionalização do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e que envolve as 15 universidades membros do CRUP, e conta com o financiamento da União Europeia, através do COMPETE 2020.
Objetivo? “O projeto Universities Portugal é estratégia comum de promoção internacional das universidades portuguesas, visando reforçar a visibilidade das instituições e oferta formativa, aumentar o recrutamento de estudantes e contribuir para aumentar as exportações de serviços em educação.” (Universities Portugal).
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